2005/05/28

Trilho...



... e as nossas sombras unas no sol do entardecer...

2005/05/23

ODE...

Mesmo que cegasse guardaria para a eternidade cada detalhe da tua pele, cada arrepio do teu sorriso, cada voo do teu olhar...

2005/05/05

Prazer...

E há sempre este prazer de percorrer (de novo) as tuas palavras, com a multiplicidade de interpretações que formam a teia poética [que és]...

Estados d'alma sempre novos, de cariz tão intenso...

O meu sorriso... em ti!

2005/04/13

Porque...



… existem silêncios que se fazem da eternidade que medeia cada suspiro…

2005/03/04

Liberdade

Já não fluem para ti os meus pensamentos, há muito que o meu olhar não desaguava no teu, naquele acto solene de inocência genuína. Despi-me de ti.

A cadência perdeu o sentido e é de sentidos apenas que quero existir.

Serei voz-palavra-toque-sabor-perfume-olhar-sensação…

Bastar-me-á.

Viro a página e há um mundo por desvendar.

2005/03/03

Dedicatória



Para ti... Da varanda da tua casa...

2005/02/26

.

Ponto por ponto...

... o derradeiro ponto final.

2005/02/06

Acústica Amorosa

Temos esta música em comum: a sua
transparência percorre os séculos sombrios; e
o som dos seus ecos introduz-se nas cavidades
da memória. São pedaços de eternidade
que se incrustaram no tempo; restos de luz
numa deambulação de dedos. Preparo
a transposição da voz para um jardim botânico
de sensações: um canteiro regado pela ternura
do ocaso; os caules da frase mergulhados
na terra do desejo. Afasto as folhas, como os cabelos,
da testa: e sigo o desenho das pálpebras,
até ao canto dos olhos, onde
o improviso começa.


Nuno Júdice, in O Estado dos Campos



(Fonte: http://olhares.com - Foto de Vítor Dias)

2005/01/21

Alter ego... sum...

Quando o silêncio é denso, amorfo, impossível de descolar da pele ressequida, quando o seu peso verga a torrente de palavras que deveriam cruzar o vazio... Algures há uma comporta que aprisiona a doçura e apenas liberta o sal que são meus olhos, semicerrados, cegos de não te ver mais...

Porém aqui estás, indolentemente, passeando-te na minha dor...

Já não me bastam as recordações, já não me basta a tua presença... outrora seriam sinónimos de sorrisos, de olhar brilhante e de vida... Resta-me o frio imenso que é chorar a morte do que fomos, atravessar o luto diário da nossa semi-existência...

E eu sei que não me lês, por isso te escrevo estas palavras, porque me oculto na cobardia que é a esperança que me estrangula...

Bastar-nos-ia uma palavra, a correcta, a necessária, a urgente, a premente: fim... Já nada nos prende, nem mesmo o calor dos corpos nas noites frias, os cheiros, os olhares, os sabores... dolentemente distante a sinestesia perfeita... doentiamente presente essa sensação que me flagela a cada segundo da tua presença...

Um dia olhei-te pela primeira vez: olhar brilhante, cabelos revoltos, sorriso perfeito... Fiquei para sempre presa nesse feitiço que nos encantou. Há muito que me agarro a essa imagem, revestindo-me consecutivamente de todas as sensações... Hoje acordei e percebo que não passamos de mera fotografia nesse corredor do passado...

Amei-te tanto...

2005/01/18

...

... Palavras que ficam...

Sons que escapam!

2005/01/08

[.]

... Na pele o arrepio traçado pela tua ausência, palavra selada, seca, apagada da minha existência...

Ponto por ponto, atento o ponto que não pontua... Ponto que existe, como lâmina afiada, ameaçadora que teima no limbo... há apenas uma perceptibilidade não visível de um ponto que é mais do que mero ponto. Ponto. Reticências...

Compromisso que se viola, de lábios ensanguentados... A minha opacidade densa testa-te a incerteza... presente...

Ponto. Vazio...



(Fonte: http://olhares.com - Foto de Ricardo Tavares)

2004/12/29

Arquétipo...

Há sempre uma certa languidez pálida nesta altura do ano...

Saboreio-a, mas não lhe sinto o gosto... Toco-a, mas as mãos permanecem frias...

... Há sempre um ser que me habita e depois me abandona... e há uma cadência anual nesta sensação obscura...

(Para ti o espaço que imponho é o da mera surpresa... sal...)

2004/12/15

Ditos (I)

Há, dizem, um espaço e um tempo...

E naquela aurora fria a densidade que nos preenchia era névoa de ilusão e fantasia… Verti sobre ti a poeira das estrelas e, nesse exacto segundo milenar, fechei o espaço de tempo que nos limitava a cumplicidade...

... Cumpri em ti a minha essência... basta-me ser partícula desse espaço que é o teu sorriso e fazer parte do tempo do teu beijo...

2004/12/07

Lição # 01

E sim... do caos nasce a harmonia...

Sorrio para ti e em ti!

2004/11/25

Reti...c(i)ências

Dias há em que me espanto pela ciência amestrada das reticências...

/... Entre os pontos há a pausa essencial que permite a respiração lenta e compassada que um pensamento sugere.../

E existem os sentidos despertos que assimilam cada pausa, num silêncio expectante...

No dia de hoje sou sentido desperto...

2004/11/15

Pausa...

Na abstracção dos momentos há um olhar que se pousa nas ondas que o mar já desfez na areia.

Reflicto...

... E sobre segredos interditos, furtivos, silenciados, dizimados... rasgo-me numa assombração de sucessivos instantes, num espasmo essencial de vida...

Respiro...

... E há o complexo partilhado, mundo gigante e incauto de distracções múltiplas que geram uma Babel de sussurros esmagados...

2004/11/10

Shhh...

... Sopro-te!

2004/10/31

"Liberdade"...

Ponto por ponto...
... Traço a linha entre pensar e sentir...

Respiro fundo...

(Aqui nesta praia onde
Não há nenhum vestígio de impureza,
Aqui onde há somente
Ondas tombando ininterruptamente,
Puro espaço e lúcida unidade,
Aqui o tempo apaixonadamente
Encontra a própria liberdade.


Sophia de Mello Breyner)

... Aguardo!



(Fonte: http://fotografia-na.net - Foto de Nanã Sousa Dias)

2004/10/29

Vox

Uma voz em mim...

(Pausa...)

Debruço-me sobre essa leitura de voz quente, adocicada e sussurrada que me dita o cérebro... noto que me agradam as pausas medidas, as respirações permitidas... Gosto de vozes assim... profundas...

(Ao contrário do proposto tenho que as separar, não consigo unir tantas sensações numa reflexão só... - mas eu faço-me, maioritariamente de sons que sobreponho às palavras e não o inverso)

Há sonoridades que me agridem e que afasto... outras onde me deleito, porque me agrada a musicalidade... o compasso ritmado...

Trabalho essas vozes, dou-lhes graves, agudos, puxo os tons baixo e dou o brilho final... esta sonoplastia seduz-me: a de mexer nas vozes e lhes dar outras cores...

... E, se entrar e voltar a sair desta montra, é poesia que recebo, mais do que a prosa que dou...

(Pausa...)

Em mim a voz...

2004/10/26

Sem sentido...

Erge et ambula...

... Como se o pensamento está lasso e as articulações corroídas?

{Busca-se bálsamo que atenue a aridez. Stop.}


»»» E o resumo é o sentir que se deprende dos sentidos, manchado que está pela impureza dos momentos. Vou desinfectar a alma, já venho. «««

2004/10/22

Banda Sonora do momento...

Smoke Gets In Your Eyes

They ask me how I knew
My true love was true
I ofcourse reply
Something inside
Cannot be denied

They said some day you'll find
All who love are blind
When your heart's on fire
You must realise
Smoke gets in your eyes (...)


Sarah Vaughan


Cry Me A River

(...) I remember all that you said
Told me love was to plebeian
Told me you were through with me
Now you say you love me
Well, just to prove you do
Cry me a river
Cry me a river
I cried a river over you (...)


Dinah Washington


I've Got You Under My Skin

(...) Don’t you know you fool, you never can win
Use your mentality, wake up to reality
But each time I do, just the thought of you
Makes me stop before I begin
’Cause I’ve got you under my skin (...)


Diana Krall


A lista seria infindável e na minha "tábua de matérias" há momentos que são pontos e segundos que são traços... Este é um momento em que, julgo crer, a linha se cose num ponto perfeito...

... Corpo etéreo feito de vozes!

2004/10/15

Confissões...

Queria encontrar a palavra exacta e ela não me ilumina garganta rouca de cansaço...

Tolha-se-me a língua com a medida exacta da "saudade", tua, sim...

Porque hoje me apercebi que é importante que o leias e que o sintas... Perto, sim, estou aí...

Um beijo...

2004/10/12

Corpo(s)...

Corpo no corpo, corpos envolvidos, traçados, desenhados numa linha contínua e respirada de intensidade...

Corpo só, lânguido, suave, expectante, embrulhado numa manhã de claridade dormente e saborosa...

Corpo(s)... somente...

Na penumbra que divide os tons e abrevia a leitura, reside o olhar que distingue os cenários, os momentos... Corpos sem rostos, rostos sem sexo...

(Porque importa isto: frisar que os conteúdos se despem de invólucros quando se vestem, puramente, de sentidos e sentimentos...)

Corpo(s) apartados e abraçados, delineados numa existência de pureza sinestética... Rasgados...

... Apenas... que baste!



(Fonte: http://galerias.escritacomluz.com/amelie/ - Foto de Margarida Delgado)

2004/10/10

Presente...

Beijo-te os lábios queimados pelas palavras amordaçadas... num olhar... num momento... agora!

Amanhã o dia amanhecerá tarde e o Tempo, bandido, foge com o seu saque: o que não voltaremos a ter...

Pesa o instante, o imediato, sentido, estruturado...

O minuto que acabou de passar já não nos pertence...

E o que se tem é isto:

(Procuremos somente a beleza, que a vida
É um punhado infantil de areia ressequida,
Um som de água ou de bronze e um sombra que passa...


Eugénio de Castro

Sussurro...)

... O presente!

2004/10/07

100...

Há luminosidade nos dias que apregoam o Outono de folhas caídas...

Um suspiro que se solta e funde na tonalidade azul do céu...

A luz que embriaga os olhos cansados e os fere com um flash branco...

Sem...

Cem...

Sempre o ritmo compassado de um relógio que teima em não parar...

2004/10/01

(Arrepio...)



(A imagem provoca(-te), mira(-te), consome(-te)... Nesse momento há um toque que (te) é negado e é a Lua que (te) beija a pele arrepiada...

Contemplo, somente... Porque há realidades que se esfumaçam com a rapidez de um sopro!

No final é o "quase" que fica! De ti quero mais do que a mera pele, do que o mero calor, do que simples respiração!)

(Fonte: www.olhares.com - foto de Marília Campos)

2004/09/30

Murmúrio(s)...

Escuto(-te), sim… o sentido embrenhado nos sentidos, a sinestesia plena e pura!

Desfaço-me no sal das tuas palavras e permito que a doçura se envolva nele, nelas, nisto, em nós… Porque houve uma barreira que se quebrou e permitiu a nova identidade: a cumplicidade.

E há uma perfeição que se busca nessa “síntese de momentos consentidos”, mas é o percurso a essência, ficando olvidado o objectivo. Afasto, também, a “perversidade” do jogo, para que este seja apenas equilíbrio e harmonia.

Momentos há em que as palavras são, apenas, “metáforas espectadoras” e em que as suas múltiplas significações perdem todos os códigos e em que simplesmente as rasgamos com prazer hedonista.

... O arrepio na pele...

2004/09/27

Tudo e nada...

Diria que começa aqui:

Pudesse eu não ter laços ou limites
Ó vida de mil faces transbordantes
Pra poder responder aos teus convites
Suspensos na surpresa dos instantes.


Sophia de Mello Breyner Andresen

.../...

Mas insistes em perder e encontras o vazio onde flutuas! Ou é no vazio que te perdes para que possas insistir sem laços que te amordacem?

E é sempre tarde... num sopro da madrugada os passos traçam um caminho já pisado... é tarde mas continuas, porque a sensação é de que será ali, a escassos segundos, que encontrarás a essência, o fundamental...

Na escuridão há faces que olham sem ver... que te analisam sem te encontrar a beleza despida, cor de carne, rasgada num olhar que te lanço e que te toca.

Vejo-te... mesmo na distância dos minutos, entendo-te... mesmo que as palavras sejam veladas...

Tu sabes... tudo e nada é o que nos remete para esta essência... eu também sei!

2004/09/24

Breve...

E sinto...

Mas é um amplexo tão vasto quanto complexo!

E a “respiração” num poema de 6 minutos que recordo...

Breve é a dimensão do espaço, curta é a noção do tempo...

2004/09/23

A essência do essencial...

[Porque és prosa estendida num verso clamado em voz embargada da emoção, saboreando as palavras por entre os lábios semicerrados, degustando-as como sendo só tuas...

Fazias/fazes falta!

E aí sim, o espaço adormecido, mas latente, do absoluto!

Mas também o tempo coerente da saudade... tempus fugit...]